sexta-feira, 26 de setembro de 2014

" Costumo dizer que, para cada pessoa, tenho dentro de mim uma “gaveta”, cada um tem a sua. Umas maiores, outras menores, mas nunca usurpadas por outras pessoas. Ali dentro destas gavetas, eu guardo o amor que sinto por cada um. Amores que se transformaram em amizade, em saudade, em melancolia, em mágoa também... Não tenho gavetas vazias, porque não tenho uma vida vazia. Eu não apago pessoas, porque não posso apagar minha história, nem posso (nem quero) descartar nem despejar ninguém da “sua gaveta” aqui dentro, porque de alguma forma, fazem parte do que me tornei. Sim eu me tornei “fria”. Me tornei fria porque percebi que mesmo que as gavetas se fechem, elas não deixam de existir e que o fato de se fecharem, ao encerrarmos certos ciclos da nossa vida, não desmerecem o que senti e o que vivi. Apenas não estão mais abertas... E como uma criança travessa, que às vezes as abre e dá uma “espiada”, abro pra não esquecer os momentos felizes que tive, das dores que me fizeram mais forte e, principalmente, para me lembrar que o tempo passa, as feridas cicatrizam e novas gavetas sempre se abrem..." Mel Muller.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Eu sempre quis voar Zé, conhecer novos lugares, respirar novos ares, não entendia o porque dessa vontade repentina de ficar ter tomado conta do meu ser. Por vezes eu dei as costas para o meu destino e fui, mas segundos depois eu me arrependia, e voltava , o que eu não dava para entender era o porque disso tudo, o porque ter de viver num futuro presente com rastros de um passado. Eu sei que a vida serve muitas das vezes para nos dar boas lições, mas mas aí eu te pergunto, tinha a necessidade disso?! Nem precisa responder Zé, tinha sim. Era preciso que eu aprendesse a cair para me fazer forte para levantar, e também era necessário noites de lágrimas caídas, pra aprender dar valor aos sorrisos que a vida ja havia me dado de presente . E eu, aprendi Zé, não foi fácil, na verdade, carrego inúmeras cicatrizes no corpo e na alma por conta dessa batalha, mas valeu a pena. Dizem que após toda tempestade vem a bonança, pois é meu nego Zé, então deixa eu ir ali viver cada milésimo da minha."

terça-feira, 20 de maio de 2014

Você não acha que já tirou muito de mim? Meus sonhos, meus planos, meus carinhos, meus beijos, meus pensamentos, eu. O que mais pode querer? Você tirou partido de mim e me deixou (des)feita em pedaços. Tem noção do quão difícil é se reconstruir, juntar cada parte outra vez, refazer o que o desamor desfez? Não, não responda. Você não sabe, é claro que não sabe. Aliás, nunca soube de nada em relação a mim, nem ao menos se interessou em saber. Você desnudou meus sentimentos e me despiu de todo e qualquer amor próprio. É difícil amar por dois, oferecer a alguém o que não tenho nem para mim mesma. Tem noção do quão ridícula me senti vestindo-me apenas de esperanças? Você abusou de tudo o que lhe dei e se recusou a me dar qualquer coisa que eu pedia. E eu só pedi um pouco de ti. ____________ Não, eu não tirei nada de ti. Você que me deu seus sonhos, seus planos, seus carinhos, seus beijos, seus pensamentos, você — sem perguntar se eu queria. Eu só quero que você pare de me culpar por suas dores, por sua decepção, por seus desamores. Nunca quis te destruir, deixar-te em pedaços. Você me encaixou em seus vazios impreenchíveis e depois se sentiu incompleta quando eu te deixei. Como você pôde deixar alguém te destruir dessa forma? Não faça mais isso, moça. Você já é completa. Essa ideia de que alguém nos completa é besteira. Ou então todos vivemos pela metade? Os seus vazios fazem parte de você e nada nem ninguém pode preenchê-los, entenda, aceite, não chore. Precisamos desses espaços vazios em nós para não sufocarmos. Eu sempre soube muito de ti, tanto a ponto de te deixar. Vista-se, moça, e não tire mais a roupa — nem seu amor próprio — para qualquer um. Você teve de mim a reserva de amor que guardo para as outras pessoas. O resto é meu.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

"Posso ser injusta com atitudes, mas sou humilde para reconhecê-las. Sou simples, não gosto de deslumbres e levanto a bandeira da paz. Não vivo para agradar as pessoas, não faço mais questão de falsos amores, amizades e pessoas desleais. Não tenho partido e não quero comandar um exército, mas quero continuar com a tranquilidade no meu andar, sem me preocupar com o que os que não gostam de mim irão falar. Já fui muito injustiçada nessa vida e peso direitinho os julgamentos que lanço ao outro. A balança que mede o certo ou errado pode falhar, porque não somos deuses, somos mortais. Meros mortais que se deixam levar pela vontade de serem detentores da razão. Ah, a tal da razão, já a quis tanto. Hoje eu quero é ser feliz. E não quero saber quem é forte ou quem é fraco, quem ganhou a batalha. Eu nem entro mais nelas, na verdade. O tempo me trouxe a sabedoria de não me atrair nem me abalar com guerras. Há tempos deixei minhas armas no chão. Não precisa de armaduras quem vive de paz, porque já dominou seu maior inimigo, dominou a si mesmo. Eu não quero viver de sombras. Não preciso absorver as palavras negativas de pessoas que não gostam de mim, isso é uma lei que sigo para viver bem. Eu também não gosto de algumas pessoas, mas para viver em paz as deixei para trás. Não finjo um personagem, sou falha como qualquer outro ser humano, mas não admito que façam da minha vida um inferno. Não há leveza maior do que deixar o outro em paz para que caminhe sua vida e ser amado por quem deve ser. Cada um no seu trilho, tomando o seu rumo, deixando o outro viver."

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Mais um dia triste Me pego outra vez pensando em você Não dá pra evitar O seu olhar me disse Que ainda há tanta coisa pra se entender Pra que controlar Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar Mas, me vem a saudade fazendo lembrar Tentei evitar Tentei esquecer tudo o que me lembra você Tentei não te amar Mas olho no espelho e nada de me reconhecer Só vejo você Se bate um desespero No mesmo instante o que eu quero é você Pra me abraçar Já não importa o tempo Não tenho medo de me arrepender Não vou controlar Paz, é tudo que eu venho tentando encontrar Mas, me vem a saudade fazendo lembrar Tentei evitar Tentei esquecer tudo que me lembra você Tentei não te amar Mas olho no espelho e nada de me reconhecer Só vejo você em mim Eu sei que mesmo que eu tente Isso não vai passar Tentei evitar Tentei esquecer tudo que me lembra você Tentei não te amar Mas olho no espelho e nada de me reconhecer Só vejo você

quinta-feira, 6 de março de 2014

"Hoje eu acordei mais cedo e fiquei te olhando dormir. Imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir. Tenho cuidado de você todo esse tempo, Você está sob meu abraço, minha proteção. Tenho visto você errar e crescer, amar e voar, Você sabe onde pousar. Ao acordar já terei partido, Ficarei de longe escondido, Mas sempre perto, Decerto, como se eu fosse humano, vivo, Vivendo para te cuidar, te proteger, Sem você me ver, Sem saber quem sou, Se sou anjo ou se sou seu amor."

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sou tudo que os meus vinte e poucos anos me trouxeram. Sou uma coleção de erros, que se aglomeraram e construíram minha essência, minhas certezas, ideologias e caráter. Já fui a prepotência de pensar que sei tudo da vida, hoje eu sou a senhora só da minha razão. Aprendi, aos trancos, a importância da flexibilidade, porque a verdade é só um ponto de vista. Aprendi também a conjugar o verbo ceder, ...principalmente na primeira pessoa do singular e confesso que esse é um exercício diário. A cada dia aprendo mais e sei menos. Sempre que me aprofundo demais nas coisas, penso automaticamente na frase “a ignorância é uma bênção”. É mesmo. De longe tudo é tão mais bonito e nada dói. Mas sem a dor, talvez eu ainda fosse a garotinha de laço cor de rosa, no pátio do intervalo, tendo certeza que uma gota é o oceano. Eu já teria sido engolida pela imensidão que é viver. Há pouco tempo atrás eu tava planejando a minha vida adulta e, de repente, já não posso mais transferir minhas responsabilidades e culpas pra amanhã. E foi muito difícil conseguir me posicionar pro mundo. Pra todo mundo tão viciado em apontar o dedo, ignorar os acertos e te crucificar pelo resto da vida pelos erros, mesmo se forem pequenos. Já me apaixonei por caras desinteressantes e jurei que eram os amores da minha vida. Já acreditei em promessas absurdas, em absolutamente tudo que me era dito, porque nunca entendi a necessidade de mentir. Mas as pessoas precisam e é isso, não tem porquê. Fiquei desacreditada. Foi complicado aprender a dizer “Não” e pareceu impossível prolongar a sentença: “Não, assim eu não quero. Isso não me faz bem, então não vou deixar que me faça mal. Tchau.” Depois ir embora ficou tão fácil, que a dificuldade era ficar. Virei impermanente. Tentei segurar as mãos de pessoas que tentavam segurar o mundo, fiquei sem forças, odiei a liberdade. De vodka em vodka, vazio em vazio, me vi abraçando o mundo também. Virei libertina. Com o mesmo discurso de desapego e vida breve que eu sempre detestei, mas começou a fazer muito sentido e me parecia muito justo levando em conta o gosto de cada lágrima que eu já senti. Voar não doía, viciei. E no céu, entre as nuvens, é muito fácil confundir valores, embaralhar as prioridades e se perder. Eu também quase me perdi. Amigo de balada não é amigo. Meus amigos de verdade são parte de mim e merecem o topo das minhas prioridades. Amores não são necessariamente pra sempre e quando acaba, não quer dizer que não deu certo ou que não foi amor. Histórias inesquecíveis e lindas podem ser curtas. Minha família é o meu chão, o bem mais precioso que eu tenho na vida. Não vale a pena se fechar pro mundo, porque as coisas boas são tão maiores que as ruins. Por fim, tô aprendendo que desapego é uma dádiva, de fato. Faz milagres, mas exige uma certa precaução e medida. A gente tende a querer desapegar de Deus e o mundo, quando deveria desapegar só do que faz mal. Felicidade não é uma utopia ou um amanhã que sempre fica pra amanhã. Felicidade é agora, é cada minuto com quem quer meu bem, quem tá do meu lado. Felicidade é ser quem eu sou, quem eu me transformei, em meio à tanta esquina errada e gente querendo me puxar pra trás. Hoje eu sou livre. E não tô me referindo á status de relacionamento não. Sou livre porque me despi dos meus medos, das minhas culpas e armaduras. Porque me desculpei por não ser perfeita e parei de me cobrar isso. Sou livre pra escolher meu destino, mudar de opinião e me reinventar sempre que achar necessário. Sou livre e aceito as minhas consequências, porque aprendi a ter e viver meus vinte e poucos anos. Marcella Fernanda